NOSSA LUTA É POR IGUALDADE, DIREITO E OPORTUNIDADE!
O ódio racial envenena o ar à nossa volta e intoxica, sufoca e asfixia cada um de nós e toda a nação. O racismo subverte os princípios da dignidade humana e cria, justifica, naturaliza e reproduz o sentimento de superioridade e inferioridade entre os indivíduos em razão da raça e da cor da pele. O preconceito e a discriminação racial mata inocentes, destrói sonhos e interdita possibilidades. Subverte e deslegitima os propósitos da república, desqualifica e fragiliza os fundamentos da democracia, corrói e corrompe a confiança, a solidariedade e a fraternidade social. Mantém negros e brancos separados e desiguais.
É necessário que o Estado Brasileiro cobre a Iniciativa Privada, responsabilizando para a superação das desigualdades raciais existentes no mercado de trabalho, não apenas contratando as mulheres negras para o serviço de baixa renda.
Precisamos educar para transformar com ações que, em muitos casos, basta apenas fazer com que as leis sejam cumpridas. Não estamos pedindo nada que não seja de Direito Constitucional, reivindicamos o direito de auxiliar a sociedade a se organizar de uma forma onde não exista distinção pela raça. Para isso a educação de nossas crianças e jovens negros é essencial, a educação de todos, brancos e negros, em uma perspectiva igualitária é imperativa, mas também a educação nos ambientes corporativos é preponderante para que os profissionais sejam envolvidos e aprendam a realizar a gestão da diversidade.
É necessária mudança urgente nos protocolos policiais para impedir técnicas de sufocamento e estrangulamento em abordagens policiais, bem como disparos de arma de fogo em invasões ou ocupação de favelas, comunidades e vias públicas; não podemos nos calar diante dos assassinatos ocorridos nesse município e no País. As cenas de violência policial tornaram-se comuns no dia a dia da população e o resultado dessa violência é o número de mortos pela PM em 2020, que é recorde em SP; policiais dos batalhões da região metropolitana mataram 70% mais que nos anos anteriores. De janeiro a maio deste ano, 442 pessoas foram mortas por policiais militares no estado, maior número para o período desde o início da série histórica, em 2001. Também houve aumento de 34% no número de mortos em batalhões da capital paulista. O Genocídio de Jovens e Crianças Negras no Brasil representa Vidas Roubadas, Potências Perdidas. Por esta razão, diante de tantos crimes de racismo praticados, com grande visibilidade através da mídia e ainda com a impunidade que protege os racistas, Nós, Negras e Negros, pessoas e instituições comprometidas com a promoção de justiça igualitária, sabemos o quanto é um absurdo que em um país onde a população negra corresponde atualmente a 56,10% dos habitantes, ou seja, uma população que é expressivamente responsável pelo desenvolvimento do Brasil, ainda sejam veiculadas propagandas com evidente apologia à discriminação racial, associando os corpos de pessoas negras exclusivamente ao trabalho doméstico pesado; que a invisibilidade dos Heróis e Heroínas negros seja mantida, que sua contribuição em todas as áreas do conhecimento e da atividade humana seja ignorada, que nossos direitos de igualdade e oportunidade sejam impedidos e nossos jovens sejam exterminados e sonhos interrompidos.
Precisamos lutar para a retomada dos nossos direitos retirados pelo governo federal, avançar na luta por novas conquistas e fazer cumprir além do estabelecido na legislação de crimes raciais, o estabelecido pela Assembleia Geral da ONU , que proclamou o período entre 2015 e 2024 como a Década Internacional de Afrodescendentes (resolução 68/237) citando a necessidade de reforçar a cooperação nacional, regional e internacional em relação ao pleno aproveitamento dos direitos econômicos, sociais, culturais, civis e políticos de pessoas de afrodescendentes, bem como sua participação plena e igualitária em todos os aspectos da sociedade.
Tal como foi proclamada pela Assembleia Geral, o tema para a Década Internacional de Afrodescendentes é “Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento”.
Carlos Roberto de Oliveira
vereador Carlão do PT Campinas-SP
