O cenário econômico e social segue muito ruim, especialmente para a grande maioria da população brasileira: desemprego, inflação com a alta significativa dos preços dos combustíveis, alimentos e da energia; fome e violência são alguns dos problemas a atormentar a vida dos brasileiros e mais ainda dos trabalhadores e dos moradores das periferias.
No aspecto econômico, as dificuldades da classe trabalhadora brasileira, além dos aspectos estruturais do próprio capitalismo, se acentuam, nesse momento, pela falta de crescimento acompanhada de desindustrialização que acarreta desemprego, carestia, miséria. A responsabilidade política por esta situação recai sobre os dois últimos governos que optaram pelo retrocesso, caracterizado pela reprimarização da economia, cujos resultados –entre outros prejuízos aos trabalhadores – consistem na diminuição do trabalho digno e nos investimentos em inovação.
Para viabilizar a reeleição do atual governo, foi desencadeada uma ofensiva em todas as áreas, utilizando os recursos públicos com finalidades eleitorais, numa ação clientelista que – no ambiente de crise econômica e social fomentada pelo próprio governo – quer gerar dividendos na disputa presidencial.
Há muito o que fazer nesse curto período: -conscientizar os trabalhadores para não se iludirem com propostas populistas e autoritárias, como solução simplista para problemas estruturais econômicos e sociais, que advém de longos períodos de exclusão social e econômica e pela opção de beneficiar os mais ricos; – defender o processo democrático e o fortalecimento das instituições brasileiras, se afastando de aventuras autoritárias e se mantendo ao lado da defesa dos direitos dos trabalhadores.
É o momento que o povo brasileiro está sendo chamado a participar com a razão, com a reflexão e com ponderação. O povo terá que escolher entre a destruição e a possibilidade de um novo recomeço da democracia. A ira do povo é justa, não há dúvida sobre isto, pois os governantes tiram muito do povo e devolvem pouco. Mas raiva não pode deixar o povo surdo e mudo quanto às advertências e os perigos da manutenção de uma opção conservadora e autoritária representam. Não podemos deixar que o ódio venha atrair o mal sobre o próprio povo. É preciso restabelecer o diálogo com aqueles que estão apoiando essa aventura perigosa; mostrar-lhes, sem sectarismo e sem rancor, onde está a verdade, onde está a justiça, onde está a fé, onde estão os remédios para superar este momento difícil e onde está a esperança por um futuro melhor.
Para orientar nossa luta, devemos estabelecer um conjunto de bandeiras:
- Retomada da política da valorização real do salário-mínimo;
- Reajuste automático de salário com aumento da inflação;
- Redução progressiva da jornada de trabalho, sem redução salarial;
- Livre organização nos locais de trabalho;
- Sindicatos livres do atrelamento ao Estado em todas as suas dimensões;
- Revogação da Lei no. 13.467/2017 (reforma trabalhista).
Que nossas escolhas e nossa ação construam um futuro melhor para todos nós!
Lauro Câmara Marcondes
Advogado