“No dia 7 de setembro de 2022 por todo o Brasil vai ecoar o Grito Pela Vida” de trabalhadores e trabalhadoras, seremos uma só voz em defesa da “Vida em Primeiro Lugar – Brasil 200 anos de (In)Dependência para quem?”. Seremos uma só voz em defesa da democracia que o povo conquistou com muita luta, que resistirá a qualquer tentativa golpista e nos permitirá construir uma nova realidade com transformações que nosso país precisa para preservar sua soberania colocando o povo no centro das decisões sem exclusão e violência.
O Grito é um apelo contra o isolamento e o silencio que o fascismo quer impor, um grito de inclusão, de um levante coletivo do nosso povo que unifica nossas lutas e nossos sonhos, as vozes de esperança por todo o Brasil, na defesa de nossos direitos e em especial do direito de decidir os rumos de nosso país em eleições livres e soberanas. Será um momento importante para refletir sobre as mudanças estruturantes que nosso país necessita, para combater a fome, o desemprego e toda a pauta regressiva de direitos imposta a classe trabalhadora.
Os desafios são imensos, somos tutelados por um estado que coloca a economia e o mercado acima da vida, pelo fundamentalismo religioso e cultural que exclui, degrada e extermina um estado que afronta a solidariedade e os direitos humanos e incentiva a violência machista, homofóbica, racista, que retrata a realidade de desigualdades imposta ao país pelo jogo de poder e de rendição aos interesses econômicos e internacionais do grande capital.
É preciso mudar a vida de nosso povo que está sem trabalho, sem casa e sem dignidade. Somos um país com 12 milhões de desempregados (IBGE), que somados aqueles e aquelas que fazem “bicos” ou estão subocupadas, chegam a 29,1 milhões que significa 25% da população brasileira. As condições de trabalho análogas à escravidão, em 2021, foram as maiores desde 2014, com o resgate de 1.937 pessoas, 89% no campo e 10% no urbano (dados Ministério do Trabalho e Previdência).
É preciso apostar na organização e resistência popular, expressa nas muitas lutas por dignidade e justiça, nas experiências solidárias que se fazem, a duras penas, em todo canto do Brasil. Lutas e organização ainda mais indispensáveis neste ano, em que o cenário político exige capacidade de diálogo e construção de saberes para compreender a realidade e assim transformá-la.
É preciso ecoar nosso Grito de esperança nas ruas, nas redes, nas praças, em todo e qualquer espaço, para incendiar corações e mentes com a coragem necessária contra todas as formas de exclusão imposta ao nosso povo, para combater a fantasia autoritária e as bravatas do governo, e para defender nossas vidas, liberdades e esperança de construção de outro projeto de país com justiça e dignidade.
Em Campinas estaremos todos e todas nas ruas no 7 de setembro, organizados/as para levar nossa indignação contra as condições de vida do povo que estão à mercê da própria sorte, sem condições mínimas de sobrevivência e de dignidade, mas levaremos também nossa esperança e experiências práticas de construção de outro Brasil possível a partir das nossas lutas e organizações cotidianas.
Este é nosso chamado para o Grito de 2022 e estaremos presentes, alertas e confiantes, nenhum silencio, nenhum recuo e nenhuma ameaça irão nos imobilizar ou calar a nossa voz em defesa da classe trabalhadora e contra toda a desigualdade, seguiremos organizados e disputando o presente e o futuro do nosso país.
Pátria Livre!!
Venceremos!!!
Lourdes Simões
Grito dos Excluídos/as de Campinas-SP e Marcha Mundial das Mulheres