Existe o chamado amor e “elicito”, que expressa os atos que brotam diretamente da virtude da caridade, dirigidos a pessoas e povos. Mas há também um amor “imperado” que traduz os atos de caridade que nos impele a criar instituições mais sadias regulamentos mais justos, estruturas mais solidárias. Por isso, é um ato de caridade, igualmente é dispensável, o empenho com o objetivo de organizar estruturar a sociedade de modo que o próximo não venha a se encontrar na miséria. É caridade acompanhar uma pessoa que sofre, mas é caridade também tudo o que se realiza – mesmo sem ter contato direto com essa pessoa – para modificar as condições sociais que provoca o seu sofrimento. Alguém ajuda um idoso a atravessar um rio e isso é caridade primorosa, mas se o político lhe constrói uma ponte, isso também é caridade. É caridade se alguém ajuda outra pessoa fornecendo-lhe comida, mas se o político lhe cria um emprego exerce uma forma sublime de caridade, que enobrece a sua ação política.. (Fratelli Tutti, nº 166).
Papa Franscico