A grave crise econômica-social em que vivemos e a mudança tem rosto (ou identidade) de Mulher!

O Estado Nacional deve proteção social, ser solidário, humano, cuidar da vida de seu povo através de todas as instituições públicas, como a saúde, a moradia, a educação etc. Principalmente cuidar daquelas pessoas que estão fora do mercado de trabalho, sem carteira assinada e, hoje em dia, são a maioria. Estamos falando de crianças, jovens, enfermos, idosos, da classe trabalhadora desempregada e precarizada. Portanto, independentemente de sua cultura, religião, raça ou gênero, todas as pessoas, do campo e da cidade, merecem por direito ter acesso a vida, a um bem viver. E por que estamos tão longe de uma sociedade do bem viver?

A grave crise econômica-social em que vivemos e a mudança tem rosto (ou identidade) de Mulher!
Fonte da Imagem: Susconecta

Porque o projeto político do atual governo federal, conhecido pelo nome de neoliberalismo, retira direitos, entrega os serviços públicos essenciais para favorecer uma minoria de super empresários. Quer dizer, os donos do poder no Brasil preferem ajudar os negócios do mercado e não amparar os que mais precisam. A situação de crise econômica no Brasil e no mundo já vinha castigando duramente os trabalhadores e as trabalhadoras antes mesmo da pandemia. Tudo piorou mais com a intensa contaminação do vírus no planeta e o Estado brasileiro, vergonhosamente, tornou-se o pior exemplo mundial no trato a pandemia. As escolhas políticas do atual governo em Brasília tornaram-se muito claras, não tomou as medidas necessárias de proteção a saúde para salvar vidas por que preferiu salvar os proprietários de bancos, de terras, de mineradoras etc. A população brasileira ficou sem vacinas e com um auxílio emergencial interrompido e insuficiente para enfrentar uma calamidade pública semelhante a uma guerra, dada a destruição econômica e social do país. Na pandemia as mulheres, o povo pobre, negro e periférico são os que mais morrem!

A população brasileira gira em torno de 211 milhões, a maioria (51,8%) são mulheres. E como estão elas neste cenário de pandemia e profunda desigualdade social? Mais da metade, a partir de 14 anos, está desempregada, terceirizada ou precarizada. Do total de 14 milhões de desempregados no país, 65 % são de mulheres! Deste universo, a maioria são negras e as mais atingidas em todas as formas de pobreza e violência. Esta reprodução da pobreza, do racismo e da violência contra as mulheres não é resultado da pandemia, mas vem desde a formação histórica do Brasil, cujo Estado impõe uma sociedade machista, racista e homofóbica, oprimindo muito mais as mulheres das classes trabalhadoras. Atualmente ocupamos o 5º lugar no mundo em números de feminicídios.

Na ausência de um Estado nacional que dê proteção social aos que mais precisam, pesa sobre elas a responsabilidade de cuidar com seu trabalho doméstico todos os outros membros da família. Suporta um cansaço permanente e, atualmente, uma sobrecarga devido a pandemia.

A grave crise econômica-social em que vivemos e a mudança tem rosto (ou identidade) de Mulher!
Fonte da Imagem: Rede Brasil Atual

Mesmo assim, as mulheres de todas as raças, idades, religiões, territórios e identidades se organizam, lutam pela vida, pelo bem viver em todo o Brasil. Enfrentam o governo do presidente da morte, do sofrimento porque sabem que a democracia plena não existe enquanto as mulheres não puderem ter autonomia sobre suas vidas, corpos e territórios.

Fora Bolsonaro! Vacina para toda a população! Auxílio Emergencial Já!

Pelo fim das violências contra todas as Mulheres!

Doraci Alves Lopes

Socióloga, Profa. Titular PUC Campinas, aposentada. Vice-presidente do PT Campinas. Militante do Núcleo de Mulheres do PT Campinas e da Marcha Mundial de Mulheres Campinas) 06.06.2021