Análise de Conjuntura – outubro de 2023

Imagem de indicadores de economia demonstrando uma análise de conjuntura econômica com a participação da população
Fonte da Imagem: HSM Experiense

A volta do diálogo com a sociedade, sobretudo nas áreas de Direitos Humanos, Mulheres, Combate ao Racismo, Participação Popular, entre outras e o desmonte de projetos autoritários e com viés fascista, como o gabinete do ódio e a presença exacerbada de militares em várias áreas, faz com que se sinta novamente o cheiro da Democracia. No plano internacional o Brasil voltou a ter protagonismo, sobretudo nos debates sobre o clima. Recursos internacionais para o combate ao desmatamento voltaram e investimentos a projetos sustentáveis começam a aparecer.

Apesar dessas boas notícias, esbarramos em um congresso extremamente conservador que obriga o governo a ceder espaço em ministérios a partidos que não tem compromisso nenhum com nosso projeto de justiça social e desenvolvimento democrático e sustentável. Mesmo cedendo esses espaços propostas de taxar os super ricos e outras mais progressistas tem enorme dificuldade de serem aprovadas na Câmara e o governo está em constante ameaça de alguma pauta bomba. A autonomia do Banco Central aprovada durante o governo anterior também nos obriga a conviver com uma altíssima taxa de juros, 12,75%, ainda que tenha caído 0,50% nas últimas duas reuniões do COPOM (Comitê de Política Monetária) graças a pressão do governo.

Desafios da Conjuntura

Estamos entrando no décimo mês do governo Lula, é importante nesse momento realizar um balanço da atual conjuntura e dos avanços conquistados, bem como das dificuldades encontradas. Na economia, apesar de não termos uma euforia, os postos de trabalho começaram a voltar. 2 milhões de novas vagas é a projeção do ministério do trabalho até o fim de 2023. O salário-mínimo voltou a ter ganho real acima da inflação, depois de muito tempo, ainda que pequeno, 1,4% e o preço dos alimentos, sobretudo, carne, olho, feijão e dos combustíveis caiu e é sentido pela população. A retomada de programas como o Mais Médico, Farmácia Popular, Minha Casa Minha Vida, entre outros começa a mostrar para a sociedade que a prioridade do governo é o combate à desigualdade social, ainda que os valores investidos nessas e em outras políticas públicas sejam insuficientes para combater os problemas nas diversas áreas.

É fundamental nesse momento termos clareza de que a melhor forma de ajudar o governo Lula a dar certo é nos organizarmos na base. Fazer o diálogo com a sociedade, ocupar os espaços de participação. Cobrarmos a realização das várias políticas públicas. Pedirmos a Reforma Agrária, a Reforma Urbana, o combate ao desmatamento etc. O projeto derrotado nas urnas ainda está forte em vários setores da sociedade e só com diálogo e esclarecimento poderemos derrotá-lo definitivamente.

Cenário em Campinas

Imagem da bandeira do Brasil com indicadores de economia demonstrando uma análise de conjuntura econômica
Fonte da Imagem: Notícias Concursos

Essa luta acontece nos territórios. Nas cidades, nos locais onde vivemos. Em Campinas estamos diante de um governo alinhado à extrema direita, ao Governador Tarcísio, aos partidos que representam a ideologia desenvolvida por Bolsonaro no governo anterior. O negacionismo, o combate a democracia e a Ciência, entre tantos outros malfeitos. Ainda que com uma camuflagem e aliado ao PSB, Partido que compôs conosco a chapa na eleição presidencial esse governo é base de sustentação para esse projeto que deseja nos derrotar em 2026. Além disso, por priorizar o atendimento a especulação imobiliária e desprezar as necessidades da maioria da população da cidade sobretudo os mais pobres, o governo Dário vem fazendo muito mal para Campinas.

Os setores mais caóticos são a saúde e o transporte. Estamos chegando já ao final deste governo e ainda não foram concluídas as obras do BRT e nem se tem previsão de quando se dará a operação do sistema. Na saúde as filas para as cirurgias eletivas são intermináveis e a falta de funcionários para um bom atendimento nos hospitais e Centros de Saúde, bem como de remédios e insumos básicos causam enorme sofrimento a população.

Em outras áreas essa falta de sensibilidade para atender as necessidades da população também é sentida. Não existe nenhum projeto habitacional em curso pela COHAB, a falta de banheiros no centro e de um projeto para a população em situação de rua, bem como a falta de revitalização no centro, a ausência de investimentos prevenindo a cidade para as chuvas que se aproximam e os demais eventos climáticos extremos entre tantas outras áreas negligenciadas mostram que Campinas pode mais e precisa urgentemente mudar de direção.

No entanto, uma boa parte da população ainda não tem essa percepção. Os principais meios de comunicação, por receberem recursos do município acabam por blindar o governo e não expõe os principais problemas da cidade. Nosso dever é dialogar com a população, nos organizando nos bairros e nas comunidades. Debatendo os problemas e propondo soluções. Temos plenas condições de elaborar um projeto democrático, sustentável, justo para os que mais precisam, inclusivo, que gere trabalho e renda, que atenda às necessidades da população com políticas públicas de qualidade. Essa é a nossa tarefa nesse momento histórico, é possível e Campinas precisa.

Vamos juntos mudar Campinas e mudar o Brasil.

Vereador Cecílio Santos

Vice-líder – PT