A proposta do dia internacional da mulher foi iniciada na virada do século XX, durante o processo de industrialização e expansão econômica, que levou a grandes protestos sobre as condições de trabalho. As mulheres empregadas em fábricas de vestuário têxtil foram protagonistas desses protestos. O que ficou na história foi o fato das mulheres da fábrica têxtil em Nova York, que fizeram uma greve para reivindicar jornada de trabalho de 8 horas e melhores salários. Por isso, o patrão as prendeu na fábrica e ateou fogo, matando 129 mulheres queimadas. A partir daí, houve muitas outras lutas e… Em 1910 ocorreu a primeira conferência internacional sobre a mulher em Copenhague (Dinamarca) dirigida pela Internacional Socialista, quando foi instituído oficialmente pela deputada Clara Zetkin, o Dia Internacional da Mulher.

Conjuntura de crises
Hoje nos deparamos com crises diversas: crise política, econômica, social, sanitária e, quem sabe, outras mais. Neste padrão crítico, além de uma pandemia que se alonga, temos incontáveis problemas e mazelas como:
• Um governo genocida, que incentiva armamento, que protege e favorece grupos econômicos devastadores do meio ambiente, que privatiza todo o patrimônio nacional, investe na desinformação com enxurradas de “fake News” e coloca em risco a vida da população brasileira com irresponsabilidade e desprezo.
• Uma situação de saúde, em que o governo federal não tem competência para atuar e joga com a vida, evitando convocar um distanciamento necessário e negando-se a obter vacinas em quantidade suficiente para a população.
• Um sistema econômico que proporciona e produz a desigualdade crescente, já que, em plena pandemia, um pequeno grupo de capitalistas aumentou suas fortunas, enquanto para a classe trabalhadora, estes capitalistas promoveram a retirada de direitos, desemprego e o aumento do quadro de fome.
Conjuntura de esperanças
Diante de tão ameaçadora situação, as lutas não param.
As mulheres demonstram sua força atuando em vários movimentos de luta e resistência. Trazemos alguns aqui, só para dar uma pequena amostra.
REDE NACIONAL DE PROMOTORAS LEGAIS POPULARES
SECRETARIAS DE MULHERES DAS CENTRAIS SINDICAIS e dos PARTIDOS POLÍTICOS
FRENTE REGIONAL DO ABC DE ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTR AS MULHERES
REDE DE PESQUISAS EM FEMINISMO E POLÍTICA
União de Mulheres de São Paulo
Movimento de Mulheres Olga Benário
Frente Nacional contra a criminalização das Mulheres
AMNB (Articulação de Mulheres Negras Brasileiras)
UBM – União Brasileira de Mulheres
Neste 8 de março 2021, 64 organizações se articularam nacionalmente para a construção da mobilização, que por causa da pandemia, apresenta uma grande transmissão online.
• Frentes de luta como a Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem medo mantém suas mobilizações e arrecadações de alimentos. O MST – Movimento dos trabalhadores rurais sem terra continua produzindo no campo, alimentos saudáveis e abundantes, doando milhares de toneladas para o combate à fome. Uma das articulações é a Plenária nacional de organização das lutas populares.
• Foi lançado o 1º Tribunal Popular Internacional sobre Sistema de Justiça. Um marco para ampliação das reflexões sobre as violações de direitos humanos cometidas pelo Sistema de Justiça brasileiro.
• Vários grupos debatem, apresentam e incentivam novas formas de se trabalhar sem exploração, que foram conhecidas por ocasião do encontro da Economia de Francisco, em novembro na Itália. E tem os grupos de economia solidária que seguem produzindo e fornecendo produtos e serviços de qualidade e com respeito ao meio ambiente.
• A Campanha da Fraternidade é ecumênica e convoca ao diálogo e à unidade, tudo o que está separado. A 6ª. Semana Social Brasileira mobiliza milhares de pessoas para se animarem, se organizarem e se conectarem às lutas já existentes. O Grito das/os Excluídas/os se revela em várias manifestações em todos os estados do Brasil, de forma virtual ou presencial com todos os cuidados.
São agitações nas redes, mutirões, reuniões, jornadas, paralisações, carreatas … Por reivindicações específicas ou pelos gritos que unem a todas/os, que são:
• VACINA GRATUITA E PELO SUS JÁ PARA TODOS/AS!
• RENDA BÁSICA UNIVERSAL (retorno do Auxílio Emergencial e geração de empregos para superar o desemprego e a fome)
• FORA BOLSONARO!
Antonia Carrara
Pastoral Operária Estadual