“Cristo é Missão” no Mundo do Trabalho

“Cristo é Missão” No Mundo do Trabalho
Fonte da Imagem: Jovens Conectados

Dom Reginaldo Andrietta, Bispo Diocesano de Jales

Referencial da CNBB para a Pastoral Operária Nacional

“Cristo é missão”. Esse é o tema do Mês Missionário deste ano. O que ele significa para a missão da Igreja no mundo do trabalho? Quais são os fundamentos teológicos e eclesiológicos dessa missão? O que devemos fazer para fortalecer e ampliar essa missão? Essas questões são muito importantes, especialmente em outubro, quando a Igreja revisa e busca dar mais consistência à sua ação missionária.

Todas as realidades são campos de missão. O trabalho, no entanto, conforme a Encíclica Laborem Exercens (n. 3) do Papa João Paulo II, é “chave” de toda a questão social. O Papa Francisco, por sua vez, em um encontro com trabalhadores de Gênova, Itália, em 2017, afirmou que “o mundo do trabalho é uma prioridade humana, portanto, uma prioridade cristã, uma prioridade nossa e uma prioridade do Papa”.

Em Jesus, Deus assumiu a condição de um trabalhador manual (cf. Mc 6,3: Tekton, em grego, traduzido por carpinteiro), identificado, portanto, com trabalhadores comuns. Seu “trabalho” evoluiu, em sua “vida pública”, para a “obra” que o Pai lhe confiou. Ele assumiu essa obra até o fim (cf. Jo 17,4). Sua ação e sua doação total para a salvação da humanidade, tornou-se missão contínua, confiada aos seus discípulos.

A Igreja, portanto, deve vivamente empenhar-se no mundo do trabalho, “porque a considera como sua missão, seu serviço e como uma comprovação da sua fidelidade a Cristo, para assim ser verdadeiramente a ‘Igreja dos pobres’”. O Papa João Paulo II assim afirmou na Encíclica Laborem Exercens e reiterou que os pobres, em muitos casos, são “o resultado da violação da dignidade do trabalho humano” (n. 8).

Qual seria a prova da importância a ser dada pela Igreja ao mundo do trabalho, senão sua dedicação e apoio à formação e organização de militantes cristãos para esse campo de missão? A Igreja estaria disposta a assumir com mais lucidez e coerência essa opção, dedicando-se sobretudo à formação e organização de jovens trabalhadores, pelos problemas que estes enfrentam e o potencial que representam?

Enquanto grande parte da Igreja pouco compreende essa missão, cabe aos militantes da Pastoral Operária, da Juventude Operária Católica, do Movimento de Trabalhadores Cristãos e de outros organismos de trabalhadores, revigorarem suas convicções e “saírem a campo”. “Cristo é missão” para a qual necessita de operários (cf. Lc 10,1-2). Ele nos chama e nos envia. Anunciemo-lo com coragem e alegria (cf. At 4,20)!

Jales, 04 de outubro de 2021

Dom Reginaldo Andrietta, Bispo Diocesano de Jales

Referencial da CNBB para a Pastoral Operária Nacional