Estamos no mês missionário, mês da Padroeira do Brasil, Senhora Aparecida e, também do Círio de Nazaré. É Maria caminhando conosco e nos lembrando que o Senhor faz em nós maravilhas. Que derruba dos tronos os poderosos e eleva os humildes! Um tempo de grandes desafios, porque o sistema neoliberal vigente no mundo provoca alienação, espalha mentiras, engana os pobres em nome de um deus de propriedade privada!
Muitas pessoas nos perguntam como é possível que, em um tempo de avanço da organização da classe trabalhadora, que soube se transformar em partido político, que soube ganhar muitos importantes espaços de poder local e legislativo, que soube conquistar, consecutivamente, três presidências da República, se depara com um governo megalomaníaco, fascista com atitudes ditatoriais e que, há quatro anos, vem destruindo as políticas públicas que promovem a vida?
Ainda mais, como elegeram para o Legislativo, neste primeiro turno das eleições, pessoas que, deliberadamente, extinguiram 700 mil vidas pela COVID, dentre elas, inúmeras lideranças e defensores dos direitos humanos e socioambientais? Que contribuem com o aumento do número de mulheres vítimas de feminicídio, de jovens negros eliminados por essa política racista e de extermínio dos pobres e para o aumento do desemprego, com a consequente política trabalhista que retira direitos adquiridos pelos trabalhadores e trabalhadoras, causando a fome para mais de 33 milhões de brasileiros e brasileiras?
Diante desta realidade impactante, fazemos memória do mártir Jesus e de seus seguidores como Santo Dias da Silva, operário metalúrgico; Manoel Maria, Netinho do MST de Suzano, Ernesto “Che” Guevara, médico argentino, Padre João Bosco Penido Bournier, missionário de Cascalheira-MT; Martin Luther King, estadunidense; Vlademir Herzog, jornalista assassinado pela ditadura e tantas outras lideranças, mulheres e homens que entregaram sua vida em defesa da justiça e de uma sociedade onde as pessoas possam ser protagonistas de mudanças e não objetos de manipulação. São pessoas que promoveram e continuam promovendo a organização do povo com sua memória de luta, trabalharam e continuam, com sua memória perigosa, trabalhando a conscientização da classe trabalhadora e a mobilizar a sociedade para entender, avaliar e defender mudanças nesse sistema que escraviza, manipula através da mídia, e mata.
Nossa missão na construção do Reino, hoje, mais do que nunca, necessita analisar esses novos processos e buscar estratégias e mobilização na defesa da democracia e de um governo que se proponha a novos caminhos de libertação.
Izalene Tiene
Grupo de Mulheres da Periferia