O cenário econômico e social segue muito ruim para a grande maioria da população brasileira; desemprego, inflação com a alta significativa dos preços dos alimentos, fome e violência são alguns dos problemas que cada vez mais atormentam a vida do povo e mais ainda dos trabalhadores e dos mais pobres.
No aspecto econômico, as dificuldades da classe trabalhadora brasileira, além das desigualdades estruturais geradas pelo capitalismo, se acentuam, nesse momento, pela falta de crescimento, acompanhada de desindustrialização e que ocasionam uma situação em que quase 80% das famílias estão endividadas e os trabalhadores estão entre o desemprego e a informalidade.
A responsabilidade política por esta situação recai sobre os últimos governos (Temer e Bolsonaro), que optaram pelo retrocesso, caracterizados pelo corte de direitos, pela informalização da economia, pela precarização do trabalho, cujos resultados – entre outros prejuízos aos trabalhadores – consistem na exclusão social e na volta da miséria.
Agora, para viabilizar a reeleição do atual governo, foi desencadeada uma ofensiva em todas as áreas, utilizando os recursos públicos com finalidades eleitorais, numa ação clientelista que – após trazer de volta a fome, oferece migalhas eleitoreiras para enganar e subjugar o povo.
Há muito o que fazer nesse curto período: -conscientizar os trabalhadores para que não se iludam com propostas populistas e autoritárias, que ofertam soluções simplistas para problemas estruturais econômicos e sociais, que advém de longos períodos de exclusão social e econômica e pela opção de beneficiar os mais ricos; – defender o processo democrático e o fortalecimento das instituições brasileiras, se afastando de aventuras autoritárias e se mantendo ao lado da defesa dos direitos dos trabalhadores.
É o momento que o povo brasileiro está sendo chamado a escolher entre a destruição e a possibilidade de um novo recomeço da democracia, com participação popular.
Devemos sair em defesa da ciência, da saúde e educação públicas; o estado deve ser um instrumento de viabilização dos direitos sociais, à cultura, à moradia e à terra para os pequenos produtores; precisamos lutar pela preservação do meio ambiente e no combate ao machismo e violência, na denúncia ao racismo estrutural e na defesa da diversidade religiosa, cultural e sexual.
Nesse momento, é preciso dialogar com setores sociais e especialmente com os trabalhadores que possam estar apoiando essa aventura perigosa e também com aqueles que estão em dúvida e mostrar-lhes, sem sectarismo e sem rancor, onde está a verdade, onde está a justiça, onde está a fé, onde estão os remédios para superar este momento difícil e onde está a esperança por uma sociedade mais justa.
Devemos estabelecer um conjunto de bandeiras na nossa luta social: -pela retomada da política da valorização real do salário mínimo e o reajuste automático de salário vinculado ao aumento da inflação; devemos ainda lutar pela valorização do emprego formal, com carteira assinada e pela revogação da reforma trabalhista e de outras iniciativas que tiram direitos dos trabalhadores nesses últimos 7 anos.
Temos que ter fé, que mais uma vez a esperança irá derrotar o medo e nós conseguiremos dar início a um processo de construção de um futuro melhor para todos nós!
Lauro Câmara Marcondes
Advogado