Mais uma eleição acabou. Teremos novos governantes e o desejo de um país mais igualitário, onde os mais pobres sejam incluídos. Isso desperta nos corações dos seguidores de Jesus uma esperança em tempos sombrios. Quais são as lições que os futuros governantes devem aprender com Jesus Mestre?
Em Mc 9,30-37, vemos que os discípulos sonham com um messias glorioso e mostram, além disso, uma grande incoerência. Enquanto Jesus anuncia a sua Paixão e Morte, eles discutem entre si qual deles é o maior. Jesus quer servir e eles só pensam em mandar! Frei Carlos Mesters diz que “a ambição os leva a se autopromover às custas de Jesus. Até hoje, aqui e acolá, o mesmo desejo de autopromoção aparece nas nossas comunidades”. Se aparece até nas comunidades, imaginem entre aqueles que devem governar?
Enquanto Jesus falava sobre a Cruz, os discípulos o escutavam, mas não entendiam a palavra sobre a Cruz. O governante deve estar atento à cruz que os pobres carregam e compreender que seu serviço não é um favor, mas uma missão de estabelecer a justiça social. O grito dos pobres é o grito de Cristo.
Chegando em casa, Jesus perguntou aos discípulos: “Sobre o que vocês discutiam no caminho?” e eles não responderam. É o silêncio de quem se sente culpado, “pois pelo caminho discutiam sobre qual deles era o maior”. O governante deve abandonar a luta pelo poder, e configurar sua autoridade em serviço. Jesus se preocupava em ser o Messias Servidor e os discípulos pensavam em ser o maior. Jesus procurava descer. Eles queriam subir!
Enfim, Jesus diz: Quem quer ser o primeiro seja o último de todos, o servidor de todos! Pois o último não ganha prêmio nem recompensa. É um servo inútil (cf. Lc 17,10). O poder deve ser usado não para subir e dominar, mas para descer e servir.
Jesus colocou uma criança no meio deles. Uma pessoa que só pensa em subir e dominar, não coloca os pequenos como centro de seus projetos. Mas Jesus inverte essa lógica! Ele diz: Quem receber uma destas crianças em meu nome é a mim que recebe. Quem recebe a mim recebe aquele que me enviou! Ele se identifica com as crianças. Elas são símbolo de todos os sofredores da sociedade. Quem acolhe os pequenos em nome de Jesus, acolhe o próprio Deus!
Nossos governantes terão a missão de recolocar os pequenos como centro das atenções e retomar e recriar políticas públicas para distribuir renda e diminuir o abismo entre pobres e ricos. Jesus escolheu o lado dos pobres. E os eleitos ficarão ao lado de quem?
Pe. Demetrius dos Santos Silva