Mensagens da Pastoral Operária de Campinas – SP

Mensagens da Pastoral Operária de Campinas - SP
Fonte da Imagem: cimi.org.br

NATAL, A HUMANIZAÇÃO DE DEUS

E o Verbo se fez classe (Dom Pedro Casaldáliga)

“No ventre de Maria

Deus se fez homem.

Mas, na oficina de José

Deus também se fez classe.”

E o Verbo se fez índio (Dom Pedro Casaldáliga)

O Verbo se fez carne

O Verbo se fez pobre

O Verbo se faz índio…

Planta entre nós sua maloca”.

Por estes dois pequenos poemas de Dom Pedro Casaldáliga, somos convidados a compreender o Natal como o processo de Humanização de Deus. O Concílio Vaticano II também compreende este processo de Deus se tornar humano, como um de nós, entrando em nossa história como uma criança frágil, filho de Maria e José, afirmando que Jesus “trabalhou com mãos humanos, pensou com inteligência humana, agiu com vontade humana, amou com coração humano” (Gaudium et Spes – A Igreja no Mundo de hoje, 22). Esta é a grande verdade do Natal: Quem trabalha com mãos humanas, pensa com inteligência humana, age com vontade humana e ama com coração humano é gente como todos e todas nós! Também Leonardo Boff diz que “tão humano assim, só pode ser Deus”! Que o Natal de Jesus nos ensine a sermos humanos e humanas, quanto mais humanos e humanas formos, mais semelhantes a Jesus seremos! Santo e Feliz Natal a todas as trabalhadoras e trabalhadores que produzem a riqueza do nosso país!

Benedito Ferraro – Padre Assessor da Pastoral Operária de Campinas – SP

Assim como o cego gritou por Jesus, nós trabalhadores devemos refletir tendo compaixão e solidariedade por todos os excluídos da sociedade os moradores de rua, os desempregados e por todos os que estão na linha da pobreza e exclusão. Todos que tem consciência na visão de Jesus pedem justiça!

Não só nós cristãos, mas todos os seres humanos devem se conscientizar mais sobre nossos governantes que estão no poder, eles governam para si e não para seu povo.

Jesus falava para o povo com linguagem para todos entenderem, não na linguagem da política cega, que não ouve o clamor do povo. Estamos sem direção, não temos para quem gritar. Neste Natal os moradores de rua, os sem teto e os desempregados, a quem irão gritar as suas necessidades?

O Natal é o nascimento de Jesus na vida das pessoas. Só será um feliz Natal se o povo acreditar no Deus da vida.

Grupo de Base do Campo Grande, Campinas – SP (Matilde, Cesar e João)

O Menino vai chegar e com Ele os ensinamentos para vivermos em fraternidade.

Vivemos um tempo obscuro. Nosso povo sofrido padece, está abandonado, nossos governantes não assumem o papel que é do Estado para trazer à sociedade uma vida minimamente digna. A pandemia avança descontrolada, direitos das trabalhadoras e trabalhadores são usurpados, nossas riquezas naturais são cedidas ao capital externo, o meio ambiente sendo devastado pela ganância da produção, os povos ribeirinhos e quilombolas são massacrados, o povo negro é assassinado, o racismo contra os negros e outras etnias assim como o preconceito aos nossos irmãos LGBT ficam sempre impunes, o desemprego com índices altíssimos, a banalização da violência entre outras barbaridades. Um novo dia há de chegar com a Luz do recém-nascido.

Que a vinda de Jesus Trabalhador nos anime e nos dê discernimento para continuarmos nas lutas de classes, tendo como objetivo o bem comum.

Nesses tempos difíceis a presença de Nosso Senhor é o que nos abastece para seguir na caminhada.

Bom Natal a todo nosso povo. Paz e Bem

Pedrão do Amanda – Pastoral Operária, Jardim Amanda, Hortolândia – SP

O Menino Deus, o Jesus dos empobrecidos, dos menos privilegiados, dos sedentos por justiça. Este ano ele nasce triste. A humanidade passa por uma crise epidêmica, por uma pandemia devastadora que não escolhe classe social, sexo, cor ou idade, mas logicamente afeta os mais pobres. O ser humano infelizmente não vive a essência do Natal, não vê o próximo como a si mesmo, como irmão e irmã, é egoísta, não preserva o meio ambiente, não se alimenta adequadamente, na realidade muita das vezes não tem o que comer, não tem trabalho, falta o pão na mesa, falta à comunhão fraterna que foi vivenciada pelas primeiras comunidades cristãs “vejam como eles se amam, partilham tudo em comum”. O Natal vem acender à chama, a utopia de um mundo melhor possível em que todas e todos cuidem um do outro, usando máscaras, álcool em gel e o maior dos remédios o “Amor”, só ele constrói um humano melhor, e consequentemente um mundo mais justo e igualitário. Feliz Natal e um Novo Ano melhor, paz e bem!

Márcio Augusto – Pastoral Operária de Campinas – SP

“Então, é NatalE o que você fez?” John Lennon Resposta de facebook – EU FIZ O QUE DEU. Diante das adversidades deste ano, FAZER O QUE DEU é muito. Então eu fiquei pensando em Maria indo pra Belém montada em um jumento, sendo recusada em todas pensões e casas, indo pra um estábulo, juntando mato pra se transformar em berço (manjedoura), trapos para embrulhar o menino, cercada de bichos. O cheiro, o medo, a escuridão, a solidão. Contra todas as tradições da época, tendo seu filho na presença de um homem. Sim, Maria também “fez o que deu” pra fazer naquele momento – e o que lhe foi possível fazer, acima de tudo, é não desistir diante das adversidades nos caminhos que Deus lhe reservou.Que a perseverança de Maria nos ilumine neste Natal de 2020 – Natal de solidão com o objetivo de cuidar.Perseverando nas adversidades, o Menino Deus nasce mais feliz em nossos corações e nossos gestos, por mais simples que sejam serão abençoados, como foram abençoados os gestos de Maria. Feliz Natal e um 2021 perseverante na luta.

Nilcéia Eulampio, Marcos Morais e Valéria Cruz – Pastoral Operária – Diocese de Limeira – SP

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