A 20ª Assembleia Nacional da Pastoral Operária ocorreu de forma totalmente virtual. Isto devido a realidade pandémica que ainda assola o nosso país e o mundo.
A realidade da pandemia é um desafio a mais para a Pastoral e está nos obrigando a encontrar novas formas de atuação e desenvolver adaptações para o enfrentamento de antigos e novos problemas.
Um dos objetivos do encontro era a nomeação dos novos coordenadores da PO Nacional e tentativa de organização de trabalho.
Com 68 pessoas inscritas na Assembleia, sendo 15 dioceses da Região Sudeste, 10 dioceses da Região Nordeste, 1 diocese da Região Norte, 8 dioceses da Região Sul, o encontro começa com a Palestra do Professor Márcio Pochmann – Conjuntura do mundo do trabalho, onde destaca que o trabalho segue central. Diz que há interpretações de que o trabalho perdera a centralidade devido a outras formas de relacionamento que colocam o trabalho em outro plano. Mas… há pessoas desesperadas pelo trabalho remunerado, que é escasso.
Destacando pontos importantes como as pautas políticas em relação a classe trabalhadora, lembrando a importância do CONGRESSO, O PAPEL DO ESTADO, além da REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA e a “NOVA CLASSE TRABALHADORA”, a palestrado Professor Márcio Pochmann, “deu o tom” das preocupações de “pano de fundo” para toda a Assembleia.
No segundo dia do encontro, fez-se a síntese dos trabalhos da Pastoral em todo o país:
- A P.O. realiza muitas atividades, muitas delas em parceria com outros movimentos e organizações;
- O relacionamento com os sindicatos são diferentes nas regiões – algumas são bem-sucedidas, outras não;
- A importância da Revisão de Vida;
- Sustentabilidade: a maioria dos grupos não tem plano de sustentabilidade – Falamos da necessidade da escuta, o que falta para escutar mais o trabalhador. Como formar novos quadros?
- Muitas vezes os materiais e subsídios chegam com atraso. O material digital chega mais rápido;
- As ferramentas digitais possibilitaram a ligação mais frequente entre as regiões. Contudo, muitas ações ficaram cada qual no seu quadrado.
Estes foram alguns dos itens levantados pelos questionários.
Discutimos também a formação de um colegiado para trabalhar junto com a Nova Coordenação Nacional, e esta proposta não foi aprovada.
Ocorreu uma análise de conjuntura com o tema “Igreja e mundo do trabalho” com a assessoria da irmã Tea Frigério que é professora, biblista popular e militante feminista.
Assim caminhamos para o terceiro dia do encontro, cujo objetivo principal era estabelecer as três prioridades a serem trabalhadas por todos, nos próximos dois anos e referendar os novos Coordenadores da P.O.
Escolhemos também os articuladores regionais da P.O., podendo partilhar projetos em outras regiões. Acredita-se que a equipe de articuladores pode de certa forma iniciar um trabalho piloto que facilitará o trabalho de uma colegiada.
No domingo pela manhã foi feito um trabalho em grupos para escolha das prioridades baseados na seguinte pergunta:
Com base no que vimos da realidade da P.O. e do mundo do trabalho, interpelados pela fundamentação bíblica e teológica, pelos nossos limites e potencialidades, quais devem ser as 3 prioridades para a P.O. hoje?
Os quatro grupos tiraram as seguintes prioridades:
1– Comunicação:
- Como usar as ferramentas digitais mais populares, com linguagem acessível, para divulgar as atividades e informações. Formação para os grupos de base através de cursos, oficinas.- Pensar em um projeto novo de comunicação; trabalhar as mídias sociais de uso comum/coletivo e torná-las mais acessíveis, ágeis, fáceis;
- Mobilizar os grupos de base e orientá-los a conectarem-se com as mídias sociais da PO nacional;
- EDUCAÇÃO DIGITAL:
- Formação das trabalhadoras e trabalhadores, jovens e adultos, frente aos desafios do mundo do trabalho.
(com recorte para militantes que ainda não dominam as mídias digitais) de forma a facilitar o desenvolvimento de suas atividades diárias, profissionais e sociais.
2- Formação:
- Trabalhar a formação da militância, considerando as realidades culturais da PO – online e não online;
- Para a classe trabalhadora, com seminários, lives, por exemplo, sobre vários temas: mundo do trabalho: trabalho precário, terceirizado, intermitente, informalidade, desemprego; economia solidária; desmonte da justiça do trabalho;
- Cursos para os jovens, diagnóstico sobre a realidade atual da juventude, o que é a PO, acesso digital, a importância do voto, núcleos de estudo para formação de novas lideranças;
- Parceria com outras entidades/movimentos sociais;
- Formação com ação (campanhas relacionadas a acidentes de trabalho a nível nacional).
3- Sustentabilidade:
- Como fortalecer os militantes da PO?
- Como construir a identidade e pertencimento? Revisão de vida e ação; espiritualidade e religiosidade, estudo bíblico, foram algumas das propostas. – Como captar finanças. Elaborar projetos. Construção de um plano. Como garantir liberações?
- Como garantir a continuidade das ações e a formação de lideranças para a continuidade das ações?
- Qual a estratégia para a ampliação da Pastoral Operária?
Pensar estratégias em âmbito nacional com foco na gestão / administração / coordenação possibilitando a formação de militantes com habilidade em elaboração, captação, coordenação e prestação de contas de projetos sociais, culturais; definir as Bandeiras de lutas da P.O.
Ao analisar as prioridades dos grupos a equipe de coordenação definiu inicialmente 5 prioridades (Formação, Comunicação, Grupos de Base, Economia Solidária e Sustentabilidade) que foram discutidas e agregadas nas seguintes prioridades:
- Formação (agregando comunicação e sustentabilidade)
- Grupos de Base
- Economia Solidária
A nova coordenação da P.O. ficou a seguinte:
- Região Norte Nordeste: Marcos Moura (P.O. Ceará)
- Região Sul-Sudeste: Marina Oliveira (P.O. Espírito Santo)
Articuladores:
- Gilmar Ortiz – Região Sudeste
- Lúcia – Região Nordeste
- Luzarina – Região Norte
- Alessandra – Região Sul
Nilcéia Eulampio Martins
Coordenadora P.O. Campinas-SP e Gilmar Ortiz – Articulador Sudeste