Pela vida das mulheres. Por um brasil sem machismo, sem racismo, sem LGBTQIA+FOBIA e sem fome

PELA VIDA DAS MULHERES. POR UM BRASIL SEM MACHISMO, SEM RACISMO, SEM LGBTQIA+FOBIA E SEM FOME
Fonte da Imagem: SINTUFCE

Pela vida das mulheres, seguimos na luta!

“Eles combinaram de nos matar mas nós combinamos de não morrer.”[1]


[1] Da poetisa Conceição Evaristo, disponível em: poemas de conceição evaristo o pensador – Bing images

A vida das mulheres continua muito dura, mesmo com toda luta que travamos por melhores condições de vida e trabalho ao longo da nossa história. Enfrentamos um sistema econômico injusto, que explora nossa força de trabalho e nossos corpos, temos uma sobrecarga de trabalho com o cuidado da família, principalmente com os idosos e as crianças e com o trabalho doméstico ainda mal dividido e desvalorizado nessa sociedade capitalista patriarcal.

O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, tem origem na marcha das mulheres russas em 1917, que foram às ruas da cidade contra a guerra e a fome e por melhores condições de trabalho, na época, elas trabalhavam até 16H por dia, seis dias por semana e, muitas vezes trabalhavam aos domingos.  Muita luta travamos, contra a opressão, exploração e as várias formas de violência, mas a engrenagem do sistema é difícil de romper.

Aqui no Brasil a vida que já estava muito difícil desde o golpe de 2016 contra a Presidenta Dilma Rousseff, piorou com a eleição desse presidente genocida e com a pandemia da Covid 19 a partir de março de 2020.  Houve um aprofundamento, um colapso econômico e sanitário, com a instalação da política da morte (necropolítica), que aumentou muito o desemprego, a miséria e a fome e piorando as condições de vida principalmente das mulheres trabalhadoras, em especial das mulheres negras periféricas, na maioria das vezes a responsável pelo sustento da família.

Segundo o Dieese a taxa de desemprego entre as mulheres bateu recorde no ano passado chegando a 16,8%, sendo que, para as mulheres negras, essa taxa foi de 19,8%[2]. Quase 51 milhões de pessoas estão vivendo abaixo da linha da pobreza[3] depois do início da pandemia e mais de 10 milhões passam fome.

A política econômica desse governo está a serviço do lucro dos banqueiros, empresários e latifundiários, eles enriqueceram com a crise e o povo está cada vez mais pobre com o aumento dos preços dos alimentos, da água, energia, gás e combustíveis. A falta de políticas públicas de distribuição de renda piorou a insegurança alimentar e vemos aumentar o número de pessoas buscando comida nos lixões e disputando em filas as carcaças de ossos nos mercados.

O cenário da pandemia provocado por esse governo é de verdadeiro caos: mais de 630 mil vidas perdidas, negacionismo da Ciência, boicote as políticas de controle da contaminação, atraso na aquisição das vacinas, fake News com relação a doença e incentivo a uso de remédios sem eficácia para o tratamento da covid. A situação de violência contra as mulheres e meninas foi escancarada, fruto do discurso de ódio generalizado e espalhado por machistas, racistas e LGBTQIA+fóbicos que tem no presidente da República sua maior referência. Os dados são alarmantes:

Uma mulher é assassinada a cada duas horas em nosso país, sendo 66% destas mulheres negras. Também somos o país que mais mata mulheres trans e travestis no mundo e 6 mulheres lésbicas são estupradas por dia. A violência contra as mulheres com deficiência cresceu 67,9% durante a pandemia.[4]

Vemos com muita preocupação o aumento dos casos de racismo, verificados a partir das chacinas nas periferias e favelas das nossas cidades, há um genocídio da população negra no nosso país, principalmente dos jovens, onde 75% dos homicídios são contra pretos e pardos como os casos de Moïse Kabagambe e Durval Filho e tantas outras vítimas desse racismo estrutural fruto de mais de 300 anos de escravização da população negra.

As políticas públicas para as mulheres, implementadas nos governos democráticos Lula e Dilma, foram desmontadas a partir do golpe, piorando muito no atual governo com um ministério que sequer aplica o orçamento destinado ao combate à violência que é mínimo. Houve também o aumento da violência política de gênero, sendo o maior exemplo a execução da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco em 2018, até hoje um crime impune onde os mandantes seguem livres.

Diante dessa dura realidade muitos grupos e movimentos estão em alerta mobilizando as mulheres na luta contra violência, por justiça e direitos. Nesse que é o ano das nossas vidas, nossa maior tarefa é derrotar o fascismo, o racismo, a necropolítica.  Nossa luta é pela vida vidas das mulheres, contra toda e qualquer forma de violência, contra carestia, a miséria, a fome, contra o desemprego pela defesa dos serviços públicos, em defesa dos SUS. Por uma sociedade justa, democrática e igualitária, onde todos, todes e todas tenham vida em abundância. Seguimos esperançadas, pois só a luta muda a vida!

PELA VIDA DAS MULHERES. POR UM BRASIL SEM MACHISMO, SEM RACISMO, SEM LGBTQIA+FOBIA E SEM FOME
Fonte da Imagem: Brasil de Fato

[2] Disponível em: https://www.dieese.org.br/outraspublic acooes/2021/graficosMulheresBrasilRegi es2021.html

[3] Disponível em: https://congressoemfoco.uol.co m.br/area/pais/um-em-cada-quatrobrasileiros-viveu-abaixo-da-linha-dapobreza-em-2020/

[4] Do manifesto 8M Nacional

Vera Faria

Educadora infantil da Comissão da CF e das Comunidades de Base Operária