EIXO 5: PANORAMA INTERNACIONAL DAS MIGRAÇÕES

Eixo 5: PANORAMA INTERNACIONAL DAS MIGRAÇÕES

Em nenhum outro momento histórico o mundo produziu tantos deslocados como nas últimas décadas. Os movimentos migratórios são uma clara denúncia de que algo não está bem nesse modo de produção capitalista que, num primeiro momento, “precisou” deslocar os migrantes para responder às demandas da produção industrial e, mais tarde, os relegou à própria sorte.

Ao mesmo tempo em que o modelo econômico provoca os deslocamentos humanos, o novo ordenamento internacional do trabalho se apresenta cada vez mais escasso e restritivo, relegando aos migrantes os trabalhos mais humilhantes e degradantes. De acordo com o Relatório Mundial sobre Migração, publicado em 2024, pela Organização Internacional para as Migrações, o mundo conta com aproximadamente 281 milhões de migrantes internacionais. Destes, 120 milhões de pessoas estão fora de suas casas, tendo sido forçadas a fugir das guerras, da violência, da perseguição, da fome/miséria, dos eventos climáticos severos provocados pela crise climática.

Neste contexto internacional, as maiores potências econômicas do mundo, que outrora se edificaram com a exploração do trabalho dos migrantes, atualmente erguem muros e criam políticas de restrições migratórias cada vez mais severas, chegando ao cúmulo das deportações sumárias marcadas pela violação dos direitos humanos. Somente os Estados Unidos deportaram mais de 11 mil brasileiros nos últimos anos. Porém, há muitos sinais de esperança.

As migrações representam oportunidades de mudanças e transformações profundas e necessárias na sociedade. Num mundo marcado pela xenofobia, se multiplicam iniciativas de acolhida e inclusão dos migrantes, espaços de trocas culturais e experiências de interculturalidade intermediadas ou fortalecidas pelo Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), pela Cáritas e uma infinidade de instituições da sociedade civil. As quais reconhecem os migrantes como sujeitos de direitos e se somam na luta por políticas públicas migratórias permanentes e para além da emergência humanitária.