
Há pelo menos dez anos, o Brasil está imerso em um processo intenso de crises democráticas que marcam, com nitidez, a ascensão do autoritarismo e da polarização em debates políticos. O preocupante movimento de deslegitimação no processo democrático e de atentado à democracia brasileira demonstram o avanço significativo de ideais da extrema-direita.
Diante desse cenário, é notável que a democracia que queremos ainda não está construída e nosso trabalho diário está na defesa e criação de estratégias que tornem os processos de participação mais fortalecidos, ativos e representativos. A sociedade civil e os movimentos sociais fortalecem a democracia ao passo que a democracia fortalece a sociedade civil e os movimentos sociais. Desse modo, é fundamental que resgatemos a capacidade de propor, criar, idealizar e construir caminhos para a democracia que precisamos em nosso país, transgredindo segmentações e dispersões que enfraquecem o coro popular.
Para que a democracia se concretize é fundamental que o povo tenha soberania e aprenda exercitá-la cotidianamente. Por soberania entende-se a ordem instituída, que respeite a vontade popular e seja por esta orientada. O povo sabe do que precisa e as sim decide, democraticamente, sobre como a nação deve se constituir e funcionar.
A construção de um modelo de sociedade mais sustentável depende também de uma governança que promova a equidade, proteja a Casa Comum e assegure que todas as vozes sejam ouvidas, para a reformulação desse sistema socioeconômico baseado na exploração predatória, exclusão e morte.


