Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?

1 | GRITO: 30 ANOS DE DENÚNCIA, RESISTÊNCIA E ANÚNCIO
Fruto da 2ª Semana Social Brasileira da CNBB, entre 1993-1994, o Grito dos Excluídos e Excluídas celebra, em 2024, seus 30 anos de existência e resistência! O Grito emergiu como espaço que articula, denuncia, resiste e recria lutas locais e nacionais, suscitando a generosidade, a criatividade, a crença na própria força “dos de baixo” para superar a submissão, o silêncio imposto pelos “desde cima”; para anunciar e para sonhar com os pés no chão! 30 anos tecendo o Brasil que queremos! Apostando na construção de um projeto popular desde os mais diferentes espaços e territórios urbanos e rurais, da floresta e das águas, nos grandes centros urbanos, municípios, pequenos vilarejos, “porões”. O Grito ao longo destas três décadas, com seus inúmeros sujeitos que moldaram vez e voz no ontem e no hoje segue em marcha. Temos apostado na denúncia das desigualdades históricas e no anúncio da solidariedade, da empatia, como nos anima a Campanha da Fraternidade da CNBB, que tem sido elemento motivador a cada ano do Grito. Quanto fermento, quantas sementes e quantas iniciativas! O Grito faz parte na textura da utopia viva que se contrapõe à exclusão, alienação, desigualdade e dispersão! Grito: 30 anos de resistência, denúncia e anúncio, consciente das tarefas de superação das desigualdades e de sua missão de descolonizar o mundo e a vida!
2 | POLÍTICAS PÚBLICAS
O desmonte dos direitos humanos, sociais e ambientais vivido no último período trazem consequências que perduram. Os ataques deliberados contra as políticas públicas precarizam as condições de vida e trabalho da população brasileira. Agravados pela crise social, política e econômica que vivemos e aprofundados pelo projeto neoliberal, têm levado ao aumento da pobreza, desigualdade e perda de direitos. É o caso da saúde, com o desmantelamento dos serviços públicos e o negacionismo em relação à ciência; da educação, com a militarização das escolas e a desvalorização dos profissionais; da (in)segurança generalizada, da falta de habitação – áreas que foram duramente afetadas pela Emenda Constitucional 95 e aprofundada com a aprovação do Arcabouço Fiscal em 2023, com redução de investimentos.
Há um embate entre quem sofre da carência absoluta (vivem em situação de vulnerabilidade e precisa de políticas públicas efetivas) e quem detém os privilégios (os detentores dos lucros e da acumulação de riquezas)w. As mazelas do capitalismo têm aprofundado a fome, o desemprego e a precarização do trabalho. Temos uma economia que mata e é geradora de injustiças. Precisa-se de políticas que aposte nas pessoas e acreditar que investir é salvar vidas.
Por isso, a necessidade da defesa intransigente do SUS, de educação pública de qualidade, de moradia popular e o direito a cidade, de segurança pública que respeite e assegure a dignidade da vida (para estancar com o feminicídio, os assassinatos da população negra e periférica e dos povos indígenas e da floresta), de trabalho digno, de transporte eficiente e de qualidade, saneamento básico, de lazer e cultura. Investir em políticas públicas é reparar uma dívida histórica com toda a população, sobretudo dos segmentos excluídos.
Coordenação Nacional – GRITO DOS EXCLUÍDOS E EXCLUÍDAS