Grito dos Excluídos e Excluídas: EIXOS 3 e 4

Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?

Título Eixos

Os conceitos de democracia trazem, quase sempre, a concepção de regime político: o poder que o povo coloca, por meio do voto, nas mãos de representantes, para legislarem e governarem. É preciso resgatar o sentido humano de democracia na luta por direitos, respeito e dignidade humana. Devemos não só estudá-la, mas senti-la e vivê-la. Uma vez que a democracia vai além dos espaços institucionais, deve ser uma realidade nas relações de trabalho, nas lutas sociais e populares. Para que a democracia se concretize é fundamental que o povo tenha soberania e aprenda exercitá-la cotidianamente.

Por soberania entende-se a ordem instituída, que respeite a vontade popular e seja por esta orientada. O povo sabe do que precisa e assim decide democraticamente sobre como a nação deve se constituir e funcionar soberanamente. Não somente dentro dos critérios de território, etnias, línguas, religiões. Por isso, a democracia e a soberania são tão caras para uma Nação, defende-la é tarefa diária.

Imagem do Grito dos Excluídos e Excluídas - Eixos 3 e 4

A desigualdade no Brasil foi forjada em três eixos fundamentais: o patriarcado, o racismo e o machismo – sustentados por uma base arcaica, conservadora, tradicionalista e defensora da propriedade como bem supremo.

O que leva a uma naturalização das violências impõe dificuldades históricas de olhar para as raízes dos problemas que originam a exclusão, o racismo e o patriarcado/machismo na sociedade brasileira. É importante olhar para esses pilares estruturantes para combater e reparar as dívidas históricas.

Ter em conta que o patriarcado e o racismo são elementos estruturantes deste sistema capitalista e que solidificou a concentração de renda e riquezas de uma elite de homens brancos que detêm o poder político e econômico é fundamental para combatê-los. Desnaturalizar é preciso.

O racismo estruturou uma justificativa imoral, de excluir e matar em razão da cor da pele, da origem de nascimento, da religião e da classe social. Matar jovens negros da periferia é um sinal da afirmação deste racismo estrutural, afinal, “a carne mais barata do mercado é a carne negra”, refrão eternizado na voz de Elza Soares.

O machismo tem suas raízes na estrutura patriarcal e está presente em todas as camadas sociais. Está nas estruturas de poder e na política, nas instituições privadas e públicas, nas Igrejas, no esporte, no mundo do trabalho, nas famílias. A partir da aceitação do machismo, todas as outras estruturas de violência se naturalizam. O feminicídio é o filho mais vaidoso do

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